segunda-feira, 12 de abril de 2010

Fusão

Quando pensava nele ria e chorava, às vezes simultaneamente. Queria correr, juntar, abraçar e salvar, salvá-lo de si próprio que sazonalmente se autodestruía.
Via-o como um edifício desses litorâneos planejados mal e parcamente, podendo vir abaixo a qualquer momento por ter areia demais em cada um dos seus vinte andares.
Ela era o oposto, uma casa na planície com ciclopes profundos, mais de dez metros talvez. Abalável, mas nem tanto, precisava de um tornado ou um terremoto fortíssimo, enquanto
ele seria posto abaixo por qualquer abalo sísmico mínimo que fosse.
Invejavam um ao outro quando se observavam. A imponência dos vinte andares a fazia querer subir até lá e permanecer junto dele, no ar. A força das estruturas dela o fazia querer descer, talvez desmoronar para juntar-se a ela.
Uma manhã dessas um barulho abrasador acordou a todos. Uma cortina de fumaça se ergueu embaçando a visão e fazendo com que todos cobrissem os olhos.
- Olha lá! O edifício caiu sobre a casinha.
Estavam errados. Não foi um desmoronamento, um tombo ou uma queda, foi apenas a fusão entre fraco e forte!

3 comentários:

  1. Nossa, eu não esperava ver o Getulio por aqui. Hahahahahahaha...

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  2. Muito bom texto! Depois, se puder, acesse meu blog: www.marcelovinicius.com

    Abraço

    Marcelo Vinicius

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